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André Cruz makes a living creating content out of other people's content and he's happy about it.

Chamo-me André Cruz. Nasci na cidade do Porto, 4 meses depois de Mark Chapman disparar 4 tiros na direcção de John Lennon. Nasci numa sexta-feira chuvosa, dois meses antes de um jamaicano chamado Bob Marley falecer e 4 meses antes de Lady Diana e Charles darem o nó. É neste mesmo ano que a China atinge a marca histórica de 1000 milhões de habitantes.
Adoro citações desde cedo. Talvez tanto quanto adoro histórias. Lembro-me de ser novo e passar horas a folhear o “Oxford Dictionary of Quotations”, um tijolo com mais de 1000 páginas recheado de citações. Aquele livro servia para tudo: permitia-me trabalhar os bíceps enquanto passava por quotes do Sun Tzu – algumas vejo hoje tatuadas em braços de life coaches – ou ler repetidas vezes (até perceber) ideias de alguns dos maiores pensadores da História. 
Numa citação conseguimos imaginar o melhor ou o pior do autor. O poder da síntese plasmada numa citação permite que as transformemos em ficções. Apropriamo-nos delas e usamo-las como se se tratassem de um free-pass que nos abre as portas da legitimação social e da validação pessoal. “Ele é fantástico, até citou Klaus Mussenthzumërstrike!”. 
Lembro-me frequentemente do título de um texto do designer inglês Anthony Froshaugh (1920-1984), “Design is an exercise in analogy. Analogy is what design is all about”. Será o lado mais interpretativo, o lado de apropriação, que me leva a ver no design gráfico um permanente exercício de citação?
Ultimamente, quando me perguntam o que faço, hesito sempre antes de responder: “Sou designer gráfico”. Não sei porque hesito porque, na verdade, é o que faço. Acho que a minha hesitação se prende com uma questão de identidade(s) e uma eventual interpretação de quem me questiona. Já pensei que poderia ter uma resposta diferente para cada dia da semana: à segunda-feira sou motorista, à terça-feira enólogo, à quarta-feira cobrador de dívidas e à sexta-feira estou desejoso que chegue o sábado para voltar a ser quem eu quiser. Perante a necessidade de uma caracterização profissional, vem-me à memória o percurso que me tornou designer gráfico e, do mesmo modo que sei que me tornei designer por acidente (um músico falhado), também me apercebo de que, hoje, sou muitas coisas juntas e não poderia ser outra coisa que não designer.

My name is André Cruz, and I was born in the city of Porto. My birth coincided with a significant event – four months after Mark Chapman shot John Lennon with four bullets. It was a rainy Friday, two months prior to the passing of Jamaican icon Bob Marley, and four months before the wedding of Lady Diana and Charles. Additionally, this year marked a historic milestone for China, as its population reached one billion.
From an early age, I developed a deep appreciation for quotations, akin to my love for stories. I have vivid memories of my youth spent immersed in the "Oxford Dictionary of Quotations," a substantial tome comprising over a thousand pages filled with quotes. This book served various purposes: I could exercise my biceps while reading Sun Tzu quotes – which you can also find tattooed on the arms of many life coaches – or meticulously study the profound ideas of history's greatest thinkers until I grasped their essence.
In a single quote, we can discern the best or worst aspects of the author. The power of synthesis encapsulated in a quote enables us to incorporate them into works of fiction. We appropriate them, utilizing them as a passport granting social validation and personal affirmation. "He's impressive; he even quoted Klaus Mussenthzumërstrike!"
The words of English designer Anthony Froshaugh (1920-1984) often come to mind. He stated, "Design is an exercise in analogy. Analogy is what design is all about." Is it the interpretative nature, the act of appropriation, that leads me to perceive graphic design as a perpetual exercise in citation?
Lately, when people inquire about my occupation, I find myself hesitating before responding, "I'm a graphic designer." I'm uncertain why I hesitate since that is indeed my profession. Perhaps this hesitation stems from questions of identity and how the inquirer may interpret my answer. I believe I could offer a different response for each day of the week: on Mondays, I am a driver; on Tuesdays, a winemaker; on Wednesdays, a debt collector. And come Friday, I eagerly anticipate the arrival of Saturday when I can become whoever I aspire to be. When asked, "What do I do?", the journey that led me to become a graphic designer resurfaces in my mind. Just as I know I stumbled upon design accidentally (as a failed musician), I also recognize that today, I encompass many facets and cannot envision myself as anything other than a designer.

Foi em 2003 que concluí os meus primeiros estudos superiores em Design de Comunicação na ESAD. Uma passagem pela Royal Academy of Fine Arts em Antuérpia permitiu-me um contacto mais próximo com a cultura visual do centro da Europa, algo que influenciou a minha formação enquanto designer e, eventualmente, continua a influenciar. Até hoje, o meu percurso é uma sucessão de acontecimentos. Permiti que se desenhasse à minha frente, numa permanente reacção ao que me ia surgindo.
Enquanto designer, trabalhei e/ou colaborei com: R2 design, João Faria e a Drop, ExperimentaDesign, Stefan Sagmeister, Casa da Música. Desenhei a comunicação da Casa da Música (dentro e fora da mesma) durante 12 anos.
Em 2014 fundei o Studio Dobra com o meu long time partner João Guedes.
Em 2019, por sentir necessidade de partilha e diálogo entre designers, dei início à ideia que se viria a materializar no SUMO, um podcast dedicado ao design e cultura visual.
No início de 2022 iniciei uma nova fase, pela primeira vez a trabalhar sozinho. É mais uma mudança, como outras que foram ocorrendo ao longo do meu percurso profissional. Há, porém, uma constante. Continuo a gostar de citações e de como as relaciono com o que faço, mesmo sem saber exactamente porquê…

Back in 2003, I successfully completed my first higher studies in Communication Design at ESAD, Matosinhos. During my time at the Royal Academy of Fine Arts in Antwerp, I had the opportunity to immerse myself in the visual culture of central Europe, an experience that greatly influenced my development as a designer and continues to shape my work today. My journey thus far has been a series of interconnected events, unfolding before me as I react and adapt to the circumstances that come my way.
Throughout my career, I have had the privilege of working with esteemed individuals and organizations such as R2 design, João Faia @ Drop, ExperimentaDesign, Stefan Sagmeister, and Casa da Música. For 12 years, I had the honor of designing graphic materials for Casa da Música, starting as an intern and later establishing my own studio.
In 2014, I took a significant step forward by founding Studio Dobra alongside my long-time partner João Guedes. Together, we embarked on a journey to create meaningful design experiences.
Feeling the need for greater collaboration and dialogue within the design community, in 2019, I dedicated my efforts to the creation of SUMO, a podcast dedicated to design and visual culture. It became a platform for sharing ideas and fostering connections among designers.
In 2022, I embarked on a new phase of my career, venturing into solo work for the first time. This transition represents another significant change along my professional path. Yet, amidst these shifts, one constant remains: my affinity for quotes and their profound connection to my work, even though I may not always grasp the exact reasons behind it.

Alice: “Would you tell me, please, which way I ought to go from here?
Cheshire Cat: “That depends a good deal on where you want to get to."
Alice: “I don't much care where –"
Cheshire Cat: “Then it doesn't matter which way you go.”


Alice’s Adventures in Wonderland, Lewis Carroll

People I've worked with:

23 Milhas
Apple Music
Brokerslink
Casa das Artes de Famalicão
Câmara Mun. Arcos de Valdevez
Câmara Municipal do Porto
Casa da Música
CCVF – Guimarães
Comédias do Minho

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Casa da Arquitectura
Festival Paredes de Coura
Fundação Belmiro de Azevedo
Ipatimup
Maus Hábitos
Museu Nacional Soares dos Reis
MDS Group
Musgo, Companhia de Teatro
Nicolau de Almeida

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Orquestra Jazz de Matosinhos
Pluto
Porto/Post/Doc
Primavera Sound Porto
Primavera Sound Barcelona
Quinta Maria Izabel
Teatro Nacional São João
Teatro Narciso Ferreira

Awards:

2023 Silver at the Festival Clube de Criativos with the Comédias do Minho 2023 programme.

2022 Red Dot Award: Brands & Communication Design with the Guimarães Jazz 2021 brochure

2022 Red Dot Award: Packaging Design with the wine project AnA (Quinta Maria Izabel)

2021 EdAwards 2021 Nominee with the wine project Spiced Glou Glou by Marco Niepoort

Teaching:

2023 Porto Design Summer School tutor. Since 2021, I have been honored to serve as a faculty member at the MA in Communication Design program at ESAD, Matosinhos. Prior to this role, I had the privilege of teaching graphic design at the Graphic Design BA course at ESMAD, P. Porto.

Workshops and lecturing:

Individually and collectively I've lectured and set workshops at ESAD – Matosinhos, Univ. de Coimbra, ESAD-CR, ESMAD, GetSet Fest, Plug&Play and many other nice places.

Exhibitions:

Autre, at Museu Nacional Soares dos Reis (2021)

Surto, at Land (2020)

28th Biennale of Graphic Design, Brno (2018)

Design by Porto, Porto by Design (2017)

(R)evolution 99-09 ExperimentaDesign (2010)

Gateways (2008)

175x120 (2006)

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